Serra da Capivara

    Para chegar à Serra da Capivara você precisa primeiro chegar a São Raimundo Nonato. Tome uma condução até Petrolina, às margens do Velho Chico, e, se você for romântico como nós, passe um tempo por alí, atravessando o rio de Petrolina a Juazeiro (10 minutos) só para sentir esse mar que cruza o sertão.
    A aventura começa ao sair de Petrolina. Até São Raimundo Nonato são só 300 km cobertos em apenas 6 horas, isso se você estiver com o Góes na direção. Góes é um rapaz que trabalha para uma operadora de turismo de Petrolina, a Bacelar, todos muito simpáticos e competentes, mas não milagreiros.
    Estamos em 06/01/2005 e não chove o suficiente para uma boa colheita há um longo ano. A última chuva destruiu a estrada e a colheita. A gente vê isso com o coração apertado durante o trajeto. Açudes com 2 metros quadrados de água lá no fundo, as pessoas andando quilômetros por um pouco d'água. Carcaças de animais ao longo da estrada. A seca impera, e quando chove a destruição é total!
    A caatinga verde de nossas fotos é o resultado da última chuva de outubro; é incrível como a natureza responde tanto diante de tão pouco. Saindo de Petrolina descemos à Bahia passando por Juazeiro, Remanso, Casanova, até chegar ao Piauí e ao nosso destino.
   E enfim, São Raimundo Nonato e lá ao longe a Serra da Capivara.

   O Parque Nacional da Serra da Capivara foi criado somente em 1979. Segundo dados da FUMDHAM (Fundação Museu do Homem Americano) há 400 sítios arqueológicos conhecidos, e 260 com pinturas rupestres.
    É muito difícil sugerir um roteiro. Para se deslocar é realmente imprescindível ter um carro ou entrar num grupo. A entrada do parque mais próxima de São Raimundo Nonato fica a 30 km, e há algum apoio em Coronel José Dias, cidade mais próxima ao parque, onde existe um camping e uma boa comida caseira no bar da praça.

   De qualquer forma, qualquer que seja seu roteiro, não deixe de visitar o Museu do Homem Americano em São Raimundo Nonato, o Desfiladeiro da Capivara, o Caldeirão do Rodrigues que é alcançado depois de uma longa e lindíssima caminhada, e o Boqueirão da Pedra Furada (de dia e de noite). É muito bom andar e sentir o vento batendo no rosto, subir uma chapada de pedra e sentar para contemplar o mundo. Só falta água!!!! É incrível como a paisagem te diz que logo alí passa um rio, e ele não está lá.  Já esteve, há milhares de anos...

   As pinturas rupestres são muito bonitas e é emocionante ver registros de 10, 12 mil anos atrás, de um povo que vivia ali, onde hoje é o nosso sertão.

    Vale lembrar a coragem e o empenho de Niède Guidon e toda a equipe da Fumdham para manter o Parque, as pesquisas, e para desenvolver projetos sociais sofrendo com a ausência de verbas e apoio.

   Aí vão algumas pinturas para vocês ficarem com água na boca:
   

    Pintura 01    Pintura 02    Pintura 03    Pintura 04    Pintura 05    

    Pintura 06    Pintura 07   Pintura 08    Pintura 09    Pintura 10    

    Pintura 11     Pintura 12    Pintura 13     Pintura 14

 

    Em tempo: não há mais capivaras na serra.....

 

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